Biografia profissional de um ser do mundo paralelo


Sou uma mulher que sem querer fugiu de estereótipos da minha geração. Nasci em um mundo paralelo. Só fui trabalhar fora com 19 anos, como faxineira em uma confeitaria. Trabalhava meio período, dividindo louças sujas de recheio de chocolate com partituras de coral. Saía de casa 12:00 e voltava 22 horas, feliz da vida. Em 2003 saí do emprego e  tomei a decisão de fazer vestibular. Estudava em casa de manhã, a tarde ia pro conservatório e de lá pro cursinho. E escolhi Filosofia. Filosofia...que futuro ia me trazer esse curso, me perguntava e perguntava minha família. Podia ter escolhido Pedagogia, Administração...mas tava feito. E na faculdade continuava no meu universo paralelo...não fui pra PET, nem PIBID...fui trabalhar na extensão. Acho que isso explica minha facilidade de lidar com pessoas, especialmente alunos...e de me apegar! No mestrado, algo que aconteceu meio que por "ah, to fazendo nada mesmo", como grandes acontecimentos da minha vida, continuei no mundo paralelo. Meu orientador, Wanderley, também trafega  pelo mundo paralelo. No entanto dei conta do recado. Por um ano, fiz o mestrado sem bolsa. Foi uma luta, mas no segundo ano, eu consegui a bolsa e fiz estágio de docência. Em 2011 eu defendi! Uhuuu! Comemorei ao som de Jorge Ben Jor e muito vinho tinto seco no inverno cultural. Aí começou a grande questão: o que fazer da vida? Bom, eu fiz algo que ninguém esperava: voltei com meu ex-namorado e comecei a trabalhar com revisões textuais e aulas particulares. Bom, o namoro foi pro beleléu 1 ano depois, mas as aulas particulares e as revisões salvaram a pátria. E resolvi fazer Pedagogia.Em 2013, por acaso, como sugestão de página pra curtir, vi o nome de uma faculdade: CEMES, lá em Campo Belo. Mandei currículo. Um mês depois tava lá fazendo entrevista. Por seis meses, ia sexta e voltava sábado.Mas inexperiência minha + corte de gastos na faculdade = Ana na rua. Aff...Alguns meses depois, em 2014, fui para Alegre, no até desconhecido pra mim estado do Espírito Santo. Fui com expectativas e voltei com esperança. No meio tempo, eu trabalhei como substituta em uma escola de ensino fundamental perto da minha casa. E em julho me mudei pra Alegre onde até eu sei, estou. Foram meses intensos, de aprendizado, de felicidade, dores, paixão. Não sei o que será de 2015. Pretende dar continuidade de maneira mais branda. Se não, volto e recomeço...mas sempre de intensamente. Não sei viver sem me entregar. Mesmo que me machuque, não vou sangrar até a morte.

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