Saudades de mim

Pareço um disco arranhado falando sempre da minha saída de Alegre. Mas continuarei falando enquanto isso não se resolver dentro de mim. A escrita de hoje é extremamente confessional.Fala de saudade. Muita saudade. Não a saudade enorme e dolorosa que sinto dos meus amigos, alunos e trabalho que é uma ferida aberta que ainda sangra muito. Falo hoje de uma saudade peculiar: a saudade de mim e da minha vida.
Não que não tenha vivido aqui em São João del Rei. Tenho. Mas uma outra vida que não é a minha. Uma vida que não se parece comigo. Não gosto do que tenho sido e não quero me adaptar com essa vida que tenho tido.
Vivo de saudades e de lembranças do que eu era. Morava com o meu gato, num cubículo de 3 cômodos e não tinha ideia do quanto eu era feliz. Nem sempre comia do jeito certo. Dormia muito tarde, acordava tarde. As cinco da tarde, tomava meu banho e descia pra trabalhar. E sempre tinha um frio na barriga ao subir as escadas para o terceiro andar do velho prédio amarelo. Chegava, ia para o colegiado, cumprimentava o povo e saía atrás de café. Eram hábitos simples mas que me faziam feliz.
Hoje vivo como um ET dentro da casa que morei por tanto tempo. Sinto que sou como uma caixa que não se sabe onde se pode colocar. Mesma coisa com o Zé.
Sinto saudade de mim. Da minha vida. Sinto falta da minha rotina. É um vazio gigante que sinto na alma e no coração.
Que um dia isso passe. Que um dia isso se explique. Que um dia eu volte a sorrir de verdade.

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